A arquitetura moderna enfrenta um desafio crucial: a monotonia das construções urbanas. Thomas Heatherwick, renomado designer, alerta para a crise de criatividade que assola o setor. Ele argumenta que a proliferação de edifícios planos e sem vida não apenas desagrada esteticamente, mas também priva a mente humana de estímulos essenciais.
Heatherwick destaca a importância de um ambiente construído que envolva e estimule os sentidos. Estudos do neurocientista cognitivo Colin Ellard mostram que a exposição a edifícios altos e sem graça pode desencadear respostas emocionais negativas, como o modo de luta ou fuga. Isso evidencia a necessidade de uma arquitetura que ofereça complexidade e fascínio, elementos que o cérebro humano naturalmente busca.
Em seu livro “Humanize”, Heatherwick defende que a arquitetura deve ir além da funcionalidade interna e considerar o impacto visual e emocional das construções na comunidade. Ele critica a tendência do setor de priorizar ganhos imediatos e negligenciar a opinião pública, resultando em construções descartáveis e ambientalmente prejudiciais.
Heatherwick propõe uma mudança de paradigma, onde a sustentabilidade e a longevidade das construções sejam centrais. Ele desafia dogmas tradicionais como “menos é mais” e “a forma segue a função”, sugerindo que a emoção e a estética devem ser valorizadas na arquitetura.
A visão de Heatherwick é um chamado para repensar o papel da arquitetura na sociedade, promovendo espaços urbanos que enriqueçam a vida dos habitantes e contribuam para um futuro mais sustentável e estimulante.